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Pierogi de ricota e batata

O pierogi de ricota e batata é um prato polonês, que conheci em Curitiba, quando vim morar na cidade.

Muito fácil encontrá-lo nas feiras gastronômicas espalhadas pela cidade, nas festas polonesas e nos municípios vizinhos, onde estão algumas colônias desses imigrantes.
Nesse outro post já falei um pouco sobre os “polacos”, que formam a maior comunidade do Brasil aqui no Paraná.

mosaico_arauc_naco

Em 2007 fiz um passeio integrante do turismo rural, chamado Caminhos de Guajuvira, em Araucária, a 27 km de Curitiba.  Juntamente com duas amigas de um curso de jardinagem, visitamos o Museu Tingui-cuera, que possui um acervo de objetos de trabalho e das casas dos antigos moradores da colônia. Fomos ao Memorial Polonês (casa amarela),  a uma venda de secos e molhados de 1958, onde saboreei uma deliciosa torta de requeijão. Pena não ter tirado mais fotos à época.
Visitamos uma chácara de colhe-pague (pêssegos) e venda de licores e de lá partimos para uma chácara com estufas de flores.

mosaico_portal

O portal da cidade é encantador, com seus lambrequins frequentemente utilizados na arquitetura polonesa.

plantacao_cha_naco

Nessa plantação de chá, cortam a parte superior do arbusto com uma máquina, tipo uma tesoura de poda gigante, quatro vezes ao ano.
Chovia nesse momento e a foto foi feita pela janela da van. Uma pena! Dava gosto ver a imensidão dos canteiros verdes.
Almoçamos muito bem numa casa que faz parte do roteiro e fomos acolhidos com pão e sal, uma tradição. Um dos pratos servidos lá foi o pierogi (leia-se pirogui), que significa pastel em polonês. É o mais popular prato da culinária polaca.

É a segunda vez que faço pierogi de ricota e batata, o mais tradicional. A louça inglesa tem mais de 60 anos e ganhei da minha mãe.

Pierogi de ricota e batata

1 kg de farinha de trigo
700 ml de água morna (aproximadamente)
3 colheres (sopa) de azeite de oliva

Recheio

400 g de ricota
400 g de batata cozida
2 ovos
150 g de cebola picada
3 colheres (sopa) de azeite de oliva
Sal e pimenta-do-reino a gosto
Salsa e cebolinha picadas a gosto

Preparo

Para a massa, coloque numa tigela a farinha, o azeite e vá despejando a água morna aos poucos, até ficar numa consistência não muito mole, nem muito dura.
Para o recheio, num processador coloque a ricota e triture, junte a batata cozida, os ovos e deixe unir bem.
Refogue no azeite a cebola, junte a ricota com a batata processadas, deixe cozinhar uns 2 a 3 minutos. Junte sal, pimenta e, por último, salsa e cebolinha, mexendo bem.
Obs.: Há formas variadas de preparar tanto a massa quanto o recheio. Se desejar acrescentar ovo na massa, para cada ovo colocado, reduza a quantidade de água morna.
Fiz somente 1/3 da receita e relacionei os ingredientes que empreguei.
No recheio é comum, também, substituir a ricota por requeijão. Nesse caso, dispensa-se o uso de ovos.

Montagem

Abra a massa com o rolo, corte círculos com um copo, recheie e feche apenas apertando a borda com a mão (não com garfo), bem fechada para não abrir. Não precisei molhar para unir, por isso a massa não deve ficar muito dura.
Leve água com sal ao fogo e, quando ferver, vá colocando aos poucos os pierogis por 3-4 minutos. À medida que forem boiando, retire-os com escumadeira, coloque numa travessa de servir. Para que não unam as camadas, adicione manteiga derretida ou um pouco de azeite.
Sirva com o molho escolhido (usei o branco, que ganhei no pacote da Mococa).
Além desse, os mais utilizados são o de cababresa frita na própria gordura e molho de tomate, o de cebolas e alhos fritos no azeite ou no bacon. Também é comum a nata fresca e fria com ervas e sal.
O pierogi é chamado de perohê na Ucrânia e varênike na Rússia. Como o Paraná tem as maiores comunidades polonesas e ucranianas do Brasil, não se estranha ouvir esses termos por aqui.

estufa_flores_naco

Essa é uma chácara de cultivo de flores. Como amantes da jardinagem, não podíamos sair de lá sem comprar mudas. Aliás, as malvas e gerânios são as flores que tenho em maior quantidade em casa. Elas florescem durante todo o ano.

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39 Comentários

  • Flora Maria

    Nem preciso dizer o quanto apreciei essa postagem !!! Adoro história, culinária e flores, então, fiquei encantada com tudo. O Portal então, nem se fala !
    Vou experimentar o pierogi, que lembra o nhoque na feitura em água.
    Gostaria de saber um pouco mais sobre esse passeio e a casa que faz parte do roteiro.

    Beijo

  • alcina

    Olá gina

    já tinha vindo aqui espreitar a sua nova casinha e gostei, mas na altura dava-me um erro qualquer e não consegui comentar.
    Ficou muito bonito e as cores muito agradáveis.
    Estes pasteizinhos tem optima cara, eu adoro todo tipo de pasteis, doces, salgados, portugueses, poloneses não conheço mas gosto também 🙂
    bjs

    • Gina

      Quanto à mudança do blog, o mérito é do marido, que empenhou-se durante um bom tempo para deixá-lo leve e clean. Ele nunca tinha feito isso, inclusive a migração do outro blog para esta plataforma. Um trabalhão, você nem imagina!
      Essa é uma das razões porque gosto de divulgar os pratos típicos. Tanta coisa nesse mundo que a gente não conhece, não é mesmo? Os blogs permitem essa partilha.

  • Belocas

    Olá Gina, que fotos tão bonitas e a descrição roteiros turisticos,…, muito interessante. Assim como esses pasteis.

    Obrigado pela força e pelo apoio da mensagem deixada no Iguarias Caseiras. Também acho que esta oportunidade de mudar de residência pode ser bastante positiva, quer na vida familiar, porque vamos estar todos juntos novamente, pela parte profissional e também na culinária…ehehehe!!!!

    Bjs

  • sonia inez

    Olá Gina,
    Nunca me esqueço a 1ª e única vez que tentei fazer perohê (sou ucraniana) ficaram horríveis, duros…joguei no quintal pros meus cachorros e depois ainda tive que juntar porque nem eles quiseram comer!!!!! Mas vou tentar fazer com essa tua receita e depois te conto como ficou.
    Quando sobravam pastéis a gente esquentava na frigideira com um pouquinho de óleo até dar uma dourada dos dois lados…fica tudo de bom até sem cobertura.
    Na casa dos meus avós tinha 3 ou 4 arvores de chá.
    Bjo

    • Gina

      Não sabia que você tinha nacionalidade ucraniana. Reconheço que sou aventureira em fazer receitas típicas, mas eu tento, pego dicas com as amigas descendentes e ponho a mão na massa, literalmente…rs!
      Você, ucraniana, fazendo uma receita minha. Esse mundo virtual nos permite essas coisas incríveis.
      Vejo que esse post fez você divagar pelo passado, que bom isso!

  • Angela

    Gina, no meu browser o MOzila firefox seu blog fica esquisito, com um monte de códigos na parte superior.

    Olha só o que aparece:
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    Será que é só comigo? defeito do meu browser?

    • Gina

      Já deixei vários recadinhos pra você, mas faço questão de colocar aqui também, porque assim outras pessoas podem aproveitar a dica.
      Agradeço muito por ter me alertado dessa mensagem e ainda ter ser preocupado em copiar e colar, o que permitiu detectar exatamente qual o problema.
      É muito bom quando as pessoas avisam, já que nem sempre os problemas acontecem com os administradores dos blogs.
      Muito obrigada!
      Se aconteceu com mais alguém, aviso que já está resolvido.

  • Monica Uehara

    Gina! Que delícia de post! turismo e gastronomia! tudo que eu gosto. Rss. Não conhecia os pierogis! fiquei com vontade de experimentar. Parecem deliciosos.
    Nossa! Conhecer uma plantação de chá deve ser tudo de bom. Adorei.
    bj.

  • Katia Bonfadini

    Gina, comi pierogi em Varsóvia, na Polônia, e adorei!!!!! Foi sentada em um barzinho com a vista linda do centro histórico à minha frente. Acompanhada do Marcelo e de alguns chopps, foi uma experiência ótima!!!!! Adorei ver essa receita aqui hoje e vou correndo mostrar ao Marcelo! Está com uma aparência linda! Bjs!!!!

  • Misturação - Ana Karla

    Gina, você sempre encanta nas receitas, pois quando vem com um passeio como esse é que fica mais gostoso mesmo.

    ————————————————————-
    Para mim é uma honra poder divulgar trabalhos de músicas boas de qualidade, principalmente novos artistas, que se esforçam para tal.
    Estarei sim, na primeira fila da platéia, quando o Vinícius vier para cá,,, aplaudindo de pé!

    Sucessão para ele e nós é que ganhamos. rs

    Xeros

    • Gina

      Conheço vários portais, mas considero esse o mais bonito de todos até agora.
      A louça é relíquia, adquirida por meu pai no noivado deles, imagine! Minha mãe pegou as melhores louças dela e dividiu entre minha irmã e eu.

  • Cláudia

    Gina, tal como eu suspeitava, esse pierogi só é igual ao “rissol português” no formato. :))
    Deve ser muito bom, e sempre se pode variar o recheio. Os nossos rissóis normalmente têm recheio de camarão ou de carne, e são fritos. Não vou dizer que não gosto, mas tb gostava de experimentar essa “versão” polaca.
    Adoro estas suas postagens onde se aprende tanto, e ainda bem que ensinou tb como se pronuncia a palavra, pq eu estava a ler “pierodji”, à italiana! 🙂 À primeira vista parece uma palavra italiana. Sempre aprendendo, por aqui.
    Qto à BCFV, conto participar.
    Bjs

    • Gina

      Quando vim morar aqui, volta e meia falava alguma palavra de modo errado, por desconhecer a pronúncia polaca.
      Está chegando o dia da coletiva e vai aumentando a curiosidade.

  • vera maria

    Gina parabéns pelo teu novo blog,está muito lindo e bem cheinho de coisas boas.Realmente o pássaro quero quero,existe em quase todo o Brasil,mas é aqui na região sul que ele aparece mais,talvez por aqui ter muitas fazendas e campos com bastante vegetação.Beijos e boa entrada de semana.

  • Bete

    Nossa Gina você continua encantando com suas receitas deliciosas.
    E enchendo os olhos e a alma de encantamento com suas histórias e fotos
    maravilhosas.
    Adorei conher um pouco sobre a polônia e esse proto que me parece delicioso
    o pierogi, que já anotei e assim que tiver um tempinho vou conferir com certeza.
    Bjs e uma ótima semana!

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