Marrom glacê, uma pérola da doçaria
Visitando o mercado municipal, encontrei umas bem bonitas e me animei. Cozinhei quase um quilo delas, mas não estavam muito doces.
Com a metade fiz o pudim da Neyma, publicado aqui e com a outra metade, o marrom glacê da Simone, do Chocolatria.
Dizem que no Império Romano as castanhas eram cozidas e mergulhadas em uma ânfora cheia de mel. O doce foi saboreado pela bela Amarílis, personagem de Virgílio, entre os séculos 42 a 39 a.C.
A receita contemporânea teria surgido em Turim, no fim do século XVI. Deveria chamar-se marrone candito, mas a corte dos Savoia, de onde surgiu, julgava mais elegante falar francês…
Diz-se que um cozinheiro distraído, que trabalhava para o Duque de Savoia, cozinhou na calda, em vez de água, as castanhas destinadas ao recheio de um javali.
Ao ser incorporado pelos confeiteiros da corte de Luís XIV, o marrom glacê adotou a cidadania francesa, sendo chamado marron glacé e foi difundido pelo mundo.
Marrom glacê
500 g de castanhas grandes
400 g de açúcar
1 fava de baunilha, extrato de baunilha ou rum
750 ml de água + 1 litro para cozinhar
Preparo
Faça um pequeno corte nas castanhas. Coloque-as numa panela com água quente e escalde-as durante 10 minutos. Descasque-as e retire a pele fina, com cuidado para não quebrá-las. Cozinhe-as num litro de água até que estejam tenras por 30 minutos, em panela de pressão. Prepare uma calda com a água, o açúcar e a bauninha ou rum. Leve ao fogo médio durante 15 minutos. Junte as castanhas, abaixe o fogo e deixe cozinhar por mais 15 minutos. Retire do fogo e deixe-as repousar na calda durante 24 horas.
Passado este tempo, forre um tabuleiro com papel vegetal. Disponha as castanhas e leve-as ao forno, pré aquecido, a uma temperatura de 130ºC, aproximadamente 20 minutos, até que estejam secas. Como a temperatura mínima do meu forno é 160°, coloquei uma colher de pau na porta, para baixar a temperatura. Deixe-as esfriar dentro do forno, com a porta entreaberta.
Esse doce é bastante trabalhoso, o que justifica ser um doce caro. A começar pela própria castanha, que é importada. Levei quase uma hora pra descascar as castanhas, com todo cuidado. Se não fosse a curiosidade para experimentar e o fato de gostar de desafios, não teria insistido nesse doce. Mas ficou gostoso e acrescentou a doçura que faltava à castanha. Obrigada, Simone, por essa receita tão boa, mas vou pensar duas vezes antes de fazer novamente (rsrs!).
21 Comentários
Gina
Rosélia, não tinha pensado nisso. Na verdade, tem blog que deve fazer o desafio de Páscoa, por isso não me animei.
Obrigada pela ideia.
Beijos.
Anonymous
Olá, Gina
Vc não vai repetir a dose do Natal, propondo que a gente te mande o que vamos fazer pra presentear na Páscoa?
Seria legal!
Bjs
Roselia
espiritual-idade.spaces.live.com
Gina
Fernanda, gosto não se discute, não é?
Boa semana pra você!
Bjs.
Mamão com açucar
Pra ser sincera marrom glacê não me apetece, mas era o doce prefeido do meu paizinho. Parabéns pela receita e pela paciência.
Tenha um lindo dia.
Fernanda
http://mamaocomacucar.sampasite.com
Gina
Ana, os posts acabam aguçando a nossa vontade de experimentar.
Bom que você gostou da geléia.
Obrigada!
Bjs.
EU MULHER
Amiga querida, assim vc quer me matar de vontade de experimentar esse doce. Não tenho visto por aqui essas castanhas, quando tiver no supermercado com certeza irei comprar para fazer esse doce.
Tenho comido a geléia que vc me deu e tenho amado, ainda tem porque como aos poucos, rsrsrs.
Beijão minha querida
Gina
Rose, faça uma das receitas com castanha porque ambas valem a pena.
Vou passar lá pra pegar o selinho.
Heloísa, é bom saber que tem gente que curte minhas historinhas e flores.
Oi, Lina! Então, a Laila é especialista em marrom glacê?
Fiquei feliz com seu comentário.
Olhe, não tenho tanto conhecimento assim. Gosto muito de plantas, conheço várias, inclusive pelo nome científico, mas o que não sei eu pesquiso, pra dar a informação correta. Já fiz até curso de jardinagem de tanto que gosto. Às vezes saio fotografando e depois vou descobrir os nomes.
Volte sempre.
Bjs a todas!
Rose
Fiquei feliz antes da hora…caiu de novo…
Mas tenta pegar o selinho lá no blog
Rose
afff…consegui chegar aqui…rsrs
tem uma frescurinha pra você lá no blog
Lina Jehle
Ai aia ai
outro dia comentei com a Laila como sou apaixonada pelo marrom glacê, só q argentino !! rsrsr Daí ela me deu uam baita aula sobre ambos !! rsrs
Agora,
eu nunca sei o q mais me atrai no seu blog, …se são as comidas ou o seu conhecimento de jardim. Através de ti é q descobro o nome de plantas q convivo desde sempre, pode ?!?!
Assim sendo agradeço por dividir os seus conhecimentos, tanto de culinária qto jardinagem !!
bj, fica bem !!
Ah! Experimente sim o nhoque de inhame garanto q é delicioso e bem mais leve q o de batata ou mandioca!!
Heloísa
Gina,
Adoro “marron glacé”, mas confesso não ter coragem de enfrentar a maratona da sua confeccção.
Como sempre, adorei a parte histórica ( ou lendária?) e as flores.
Beijos
Rose
Oiii Gina, sei lá o blogger da doido…kkkk
Bem aqui as castanhas custam muito, e as descascadas então…penso muito antes de comprar…rsrs mas vale a pena são muito saborosas…e vou testar uma da suas receitas…Bjinhus
Gina
Nana, as lendas têm lá o seu encanto, mesmo que sejam só lendas… Obrigada!
Assumi esse desafio de conciliar plantas com pratos, mas me surpreendo a cada dia.
Não sei como você consegue conciliar tantos blogs.
Ameixa, as castanhas aí não deveriam ser caras. Que falta faz um pé no quintal…
Interessante, as castanhas vêm daí, mas esse doce nem era do seu conhecimento. Com o blog a gente aprende bastante, não é?
Luciana, em Curitiba ainda tem castanha no
Mercado Municipal, acredito que você ache em São Paulo.
Alcina, que bom ter um pé de castanhas, mas é sempre assim, quem tem o pé acaba não ligando e as frutas se perdem. Prepare-se para ter trabalho…
Karla, tanto o marrom glacê, quanto o pudim de castanhas da Neyma ficaram muito bons. Aproveite suas castanhas.
Bjs. a todas!
Karla
Nem nunca sequer provei…e ainda tenho para ali castanhas destes inverno 🙂
Alcina
Nunca comi esse docinho, e as castanhas por aqui são tão vulgares que ninguem liga, o meu avô tinha um castanheiro enorme e nunca se apanhava quase nada acabavam no chão!!
Quando for época delas tenho que me lembrar para experimentar
Luciana B.
Oi Gina, ficou lindo seu marrom glacê… o meu doce predileto. Agora que vi que você e a Si acertaram, terei que fazer qualquer hora. Vou ver se acho as benditas castanhas em SP, aqui em Rib. Preto não tem!
ameixa seca
Gosto de castanhas e aqui não são importadas mas custam os olhos da cara. Imagino aí!!! Nunca provei esse doce, na verdade eu nem o conhecia antes de iniciar o blog. A primeira vez que vi foi no blog da Si. Deve ser mesmo uma delícia 🙂
Nana
Gina, como sempre querida, você me surpreende!
Adorei a história!
Essas plantas, lindas!
Agora estarei mais calminha rs já que terminei o blog prendadas, que bom que gostou.
Bjs
Gina
Laurinha, o que tem de gostoso, tem de trabalhoso!
Simone, só quem já fez pra saber, não é? Mas gostei do desafio e de experimentar formas diferentes do uso das castanhas, sem ser a tradicional castanha cozida, que sempre fazia parte do nosso cardápio de Natal.
Obrigada pelos elogios.
Bjs.
Simone Izumi
Oie, Gina!
Fala sério…realmente dá muito trabalho de fazer le marrons!!!Mas para os fãs de castanhas, não há nada mais prazeroso do que degustar um docinho desses…e já descascado, que mordomia.
Parabéns pela paciência, ficaram lindos!
bjimmm
si
Laurinha
Adoro este doce. ADORO!!!!!!
Descascar sem machucar dá trabalho sim….
Beijinhos